Ou como se encarou e encara o caminho-de-ferro em Portugal, comparando aqui e ali com outros países.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Onze anos do Douro Património Mundial : como o Estado não vai cumprir os compromissos com a UNESCO
Comemora-se em 2012 onze anos que o Alto Douro Vinhateiro
foi inscrito pela UNESCO na lista de sítios Património da Humanidade.
Infelizmente, este aniversário é marcado pela farsa da suposta compatibilidade
da barragem de Foz Tua com a classificação do Património Mundial.
O mais recente relatório da UNESCO sobre o Alto Douro,
resultante da missão de Agosto 2012, é dúbio: por um lado reconhece que a
barragem implica a perda de valores muito importantes, criticando duramente o
Estado Português pelo processo que levou à sua aprovação e início de obras; por
outro lado, não exige a paragem imediata dessas obras (contrariando a recomendação
da equipa técnica da própria UNESCO).
Estas posições aparentemente antagónicas coexistem no mesmo
relatório, resultando num conjunto de condições muito exigentes que o Estado
Português deveria cumprir até 1 Fevereiro 2013.
Portugal não vai conseguir cumprir satisfatoriamente essas
exigências:
1. A UNESCO considera que o Alto Douro Vinhateiro é
altamente vulnerável a agressões, tanto pelos impactes cumulativos de
infra-estruturas como barragens, linhas eléctricas e estradas, como por
impactes incrementais resultantes da ausência de políticas de gestão. Exige por
isso a criação de um Plano de Gestão da zona, com força de lei. Esse plano anda
a ser preparado nos gabinetes, sem ouvir as partes interessadas. Se o Estado
cumprir o prazo (improvável) será inevitavelmente em detrimento das populações
e da economia local;
2. A UNESCO exige conhecer e pré-aprovar soluções para o
enterramento da central eléctrica, para a subestação e para a linha de muito
alta tensão. Ainda não existem projectos para nenhuma destas componentes, e é
certo que nenhum deles será avaliado e finalizado até Fevereiro;
3. A UNESCO reconhece o papel da ferrovia na paisagem
cultural do Alto Douro Vinhateiro, e critica fortemente o processo que levou à
inutilização da Linha do Tua. Diz expressamente que a solução de mobilidade
proposta pela EDP e pelo Governo não satisfaz as necessidades, quer das
populações locais quer do turismo, e exige uma solução alternativa (leia-se: a
reposição da ferrovia). Exige ainda a reposição da navegabilidade do Douro;
4. Se, contra toda a evidência, as exigências da UNESCO
vierem a ser cumpridas, isso terá um sobrecusto elevado — pelas nossas
estimativas, cerca de 150 M€ além dos 300 M€ antes previstos. Esse sobrecusto
irá inevitavelmente ser pago por todos os cidadãos portugueses, traduzindo-se
um encargo futuro na ordem dos 3000 M€, ou um acréscimo de 1% no custo da
electricidade (pago na factura ou nos impostos). Parar a barragem agora seria
muito mais barato, cerca de metade do custo das medidas adicionais exigidas
pela UNESCO;
5. Em Agosto 2012, a UNESCO foi muito permissiva para com o
Estado Português e a EDP, fazendo uma interpretação minimalista das suas
próprias competências; p.e. ignorou as exigências de gestão sustentável dos
sítios e a salvaguarda da zona de transição (que engloba boa parte do Vale do
Tua). É pouco provável que esta permissividade se mantenha. Há um risco real de
o Alto Douro entrar na lista do “Património em Risco” devido à subserviência do
Estado Português ao lobby do betão e do electrão.
6. Mesmo cumprindo as exigências da UNESCO, a barragem de
Foz Tua provocará danos brutais e irreversíveis nas perspectivas de desenvolvimento local, na
paisagem, no património e nos ecossistemas.
Salvemos o Tua e o Alto Douro Património Mundial — pare-se a
barragem do Tua já
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Os Caminhos de Ferro: Linha de Lamego - Um projecto inacabado
Os Caminhos de Ferro: Linha de Lamego - Um projecto inacabado: A Linha de Lamego foi um projecto ferroviário que tinha como objectivo ligar a cidade da Régua a Viseu via Lamego. Por diversas razões o pr...
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Reinvindicações
pensar ansiães: Reinvindicações: Foram interrompidos os voos entre Bragança e Lisboa. Motivo: terminou o contrato do Estado com o operador privado que assegurava o serviço. ...
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