O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego, sobre as deficiências de serviço na Linha Ferroviária do Algarve, um serviço que se debate com graves problemas de falta de meios humanos e com as constantes avarias do material circulante.
PERGUNTA:
A falta de meios humanos na Linha do Algarve
é uma realidade que cria deficientes condições de trabalho e a uma má prestação
de serviço. Ao longo dos últimos anos, a falta de operadores de revisão (ORV’s)
tem sido uma realidade no Depósito da Revisão de Faro. Os trabalhadores têm sido
penalizados, mas tudo tem feito para manter, de forma regular, o serviço
regional na linha do Algarve.
A empresa tem recorrido aos operadores venda
e controle (OVC’s) das estações de Vila Real de Sto. António e de Lagos para a
realização de comboios, ficando as estações encerradas, lesando as populações
locais, o Algarve enquanto destino turístico e a própria CP nos seus objetivos
comerciais.
A empresa tem recorrido com frequência aos
ORV’s do depósito de revisão de Lisboa, aos OVC’s em serviço na estação de
Tavira e todo o pessoal destas categorias tem sido obrigado a laborar em regime
de trabalho extraordinário, para manter a linha em funcionamento, algumas vezes
contra a sua vontade, porque são seres humanos e devem ter o seu tempo de
descanso e lazer para estarem com os seus familiares e amigos.
Como exemplo podemos, dizer que o depósito de
revisão de Faro tem 14 agentes o que representa 58% das suas necessidades.
Relativamente ao funcionamento das bilheteiras, a situação é caótica. Devido ao
desvio dos seus trabalhadores, chegam a estar encerradas 85% das bilheteiras
existentes na linha. A bilheteira da estação de Lagos, com prestação de serviço
internacional, encerra todos os dias úteis pelas 16.30h.
O material circulante, que foi transferido da
linha do Minho e Douro, as UDD 450 estão com constantes avarias, o que leva a
atrasos, ao não cumprimento de horários e número de comboios. O sistema de
climatização não funciona na maioria das composições, a manutenção é quase
inexistente, as composições circulam sujas e a maioria estão grafitadas.
Todos estes horrores já levaram a que a CP
tivesse que recorrer às antigas UDD 600, sem qualquer conforto, e onde os
passageiros são sujeitos a pagar as mesmas tarifas, perdendo qualidade de
serviço. No momento em que vivemos, em que os habitantes do Algarve estão
sujeitos a portagens na A22, seria o momento ideal para a alteração de
paradigma referente a um serviço de transporte ferroviário de qualidade e ao
serviço das populações e do turismo.
Assim, ao abrigo das disposições
constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª A Presidente da
Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o
Ministério da Economia e do Emprego me possa prestar os seguintes
esclarecimentos.
1 – Dado que os recursos humanos são
insuficientes na linha do Algarve que medidas irão ser tomadas para colmatar
este problema?
2 – Que medidas estão programadas para
resolver o problema do material circulante na linha do Algarve?
3
– Que motivos levaram a que se chegasse a esta situação na linha do Algarve?
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