sábado, 15 de outubro de 2011

Governo troca anterior projeto de alta velocidade Lisboa-Madrid por linha de mercadorias

15 de outubro de 2011, 09:00
O Governo vai abandonar o projeto de alta velocidade ferroviária Lisboa-Madrid elaborado pelo anterior executivo e apostar numa linha de mercadorias que ligue os portos portugueses à capital espanhola e, dali, ao resto da Europa.
"Quanto ao anterior projeto de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, o mesmo será abandonado", lê-se no Plano Estratégico dos Transportes (PET) para o período 2011-2015, elaborado pelo Ministério da Economia e a que a Lusa teve acesso.
"Em alternativa, será dada prioridade à ligação ferroviária de mercadorias entre os Portos de Sines/Lisboa/Setúbal, a plataforma logística do Poceirão e Madrid/Resto da Europa", acrescenta o documento.
Segundo o PET, estão a ser desenvolvidas negociações com o Governo Espanhol para "garantir o prolongamento deste eixo ferroviário além Madrid e até aos Pirinéus, assegurando uma ligação ferroviária interoperável de mercadorias entre Portugal e o Centro da Europa".
Ao mesmo tempo decorrem também contactos com a "Comissão Europeia no sentido de rever o modelo de alocação de fundos comunitários a este projeto", no sentido de baixar o esforço financeiro do Estado no projeto.
No que respeita ao troço Poceirão-Caia, que integrava a linha Lisboa-Madrid e cuja construção foi adjudicada ao consórcio liderado pela Brisa e pela Soares da Costa, o Governo refere que o contrato aguarda a "pronúncia do Tribunal de Contas relativamente à legalidade do processo concursal", feito na legislatura anterior.
"Trata-se de uma decisão independente do Governo, que irá ditar se o atual contrato cumpre todos os requisitos legais e tem condições de vigorar para o futuro", pode ler-se no PET.
No projeto de alta velocidade do anterior Governo, a linha Lisboa-Madrid representava um investimento de 2,3 mil milhões de euros, a preços de 2010, com o troço Lisboa-Poceirão orçado em 1,7 mil milhões de euros (incluindo o investimento nas componentes de ferrovia convencional e rodovia na Terceira Travessia do Tejo) e o troço Poceirão-Caia em 1,4 mil milhões de euros

Sem comentários:

Enviar um comentário